A pele, quando exposta ao sol (sem filtro solar), é a principal fonte do hormônio. Fonte da imagem: Freepik.

Falta de Vitamina D: Causas, Sintomas, Risco e Tratamento

A vitamina D é um hormônio lipossolúvel, proveniente de três fontes diferentes: pele (quando exposta ao sol), alimentos ricos em gordura (ovos, peixes, queijos, leite e cogumelos) e suplementos.

É um nutriente essencial para o bom funcionamento do organismo, saúde e bem estar. A falta desse hormônio está associada a uma série de desordens no organismo e, a depender do grau, pode trazer graves consequências para a saúde.

Existem dois tipos: vitamina D2, que é proveniente de fontes vegetais e a vitamina D3, que é de origem animal. Ambas possuem ações biológicas equivalentes no nosso corpo.

A falta desta vitamina está associada, geralmente, à pouca ingestão, dificuldade de absorção (por conta de algumas doenças), pouca exposição solar e uso de alguns medicamentos.

Como identificar a deficiência de vitamina D

Para confirmar a deficiência, pode ser feito um exame de sangue: 25-hidroxivitamina D. Fonte da imagem: Freepik.

Como a falta de vitamina D pode trazer consequências graves para a saúde, há uma preocupação entre a classe médica no sentido de identificar casos de carência para, assim, corrigi-los.

Geralmente, essa identificação é feita pela análise do histórico clínico do pacientes, sinais e sintomas clínicos e por meio de exame de sangue 25-hidroxivitamina D, que dosa as taxas de concentração de vitamina D no sangue.

Os valores de referência para esse exame são:

  • Acima de 20 ng/mL é o desejável para a população saudável em geral;
  • Entre 30 e 60 ng/mL é o recomendado para grupos de risco (idosos, mulheres grávidas, pacientes com osteoporose, doenças autoimune, osteomalácia e pessoas que vão se submeter à cirúrgia bariátrica);
  • Abaixo de 20 ng/mL é considerado deficiente (risco para perda de massa óssea e riso para raquitismo e osteoporose).

Sintomas da falta de vitamina D no organismo

Fraqueza e mal estar são uns dos principais sintomas da falta de vitamina D no corpo. Fonte da imagem: Freepik.

Quando uma pessoa se encontra com baixos níveis de vitamina D, é comum que apresente alguns sintomas.

Alguns desses sintomas são comuns a outras doenças e podem também passar desapercebidos na rotina. Isso pode fazer com que o problema não seja identificado e acabe causando um problema mais grave de saúde.

Por isso, é preciso ter cuidado e estar atento a cada sintoma. Sintomas são sinais de que o nosso corpo nos dá de que algo não está funcionando bem.

A análise desses sintomas permite que o médico suspeite de um caso de falta de vitamina D e solicite o exame 25-hidroxivitamina D para confirmar a suposta deficiência.

Os principais sintomas são:

  1. Fadiga
  2. Fraqueza
  3. Cãibra
  4. Atraso no crescimento
  5. Dor nos ossos
  6. Dor muscular
  7. Arqueamento dos ossos
  8. Cáries e Atraso no crescimento dos dentes
  9. Mal estar
  10. Alterações no sono
  11. Enxaqueca
  12. Elevação da pressão arterial
  13. Falta de ar
  14. Resfriados e infecções frequentes (enfraquecimento do sistema imunológico)
  15. Depressão
  16. Formação dos ossos prejudicada

Causas da falta de vitamina D

A obesidade pode ser causa da deficiência de vitamina D. Fonte da imagrem: Freepik.

Um dos grandes responsáveis pela falta de vitamina D é a pouca exposição à luz solar. Em condições onde há exposição solar rica em raios ultravioletas de forma suficiente, não se faz necessária a ingestão de vitamina D por meio dos alimentos.

Contudo, hoje em dia, raramente a exposição ao sol acontece de forma suficiente.

Assim, uma outra causa para a falta de vitamina D é a falta de ingestão de alimentos ricos nesse nutriente.

O envelhecimento também constitui um fator de risco para a carência de vitamina D. Além de haver uma diminuição da massa da pele (a pele é a maior fonte do nutriente – quando exposta ao sol), existem outros fatores associados, como a diminuição da absorção da vitamina D.

A obesidade e excesso de peso também está associado à falta de vitamina D.

O uso de alguns medicamentos, como anticonvulsionantes, diuréticos e hemodiálise também podem contribuir para o risco de deficiência de vitamina D.

Pacientes com doenças crônicas, como demência, esclerose múltipla, mal de parkinson, fibrose cística, doenças do trato gastrointestinal (como a doença de crohn), doenças hematológicas, doença renal crônica, síndrome nefrótica, artrite reumatóide, insuficiência cardíaca congestiva, AIDS e pacientes que realizaram a cirurgia bariátrica são mais suscetíveis à queda da vitamina D.

Riscos da falta de vitamina D

Uma das principais consequências da deficiência de vitamina D é o comprometimento da saúde dos ossos. Fonte da imagem: Freepik.

A falta de vitamina D pode trazer alguns riscos sérios para a saúde, prejudicando o bem estar e a qualidade de vida.

Como a vitamina D é essencial para a regulação dos níveis de cálcio e fósforo, a falta de vitamina D pode prejudicar a saúde e formação dos ossos, dentes e músculos. Em alguns casos, pode levar ao raquitismo (crianças), osteoporose (idosos) e osteomalácia (adultos).

Como a massa, resistência e força dos músculos também fica prejudicada, o indivíduo pode sentir fraqueza muscular e contração muscular prejudicada.

A vitamina D também funciona como um imunomodulador, ou seja, regula e mantém equilibrada a resposta imune, mantendo o sistema imunológico ágil e fortalecido. Por isso, a falta de vitamina D pode tornar as pessoas mais suscetíveis às doenças infecciosas, como resfriados e infecções respiratórias, e doenças autoimunes, como psoríase e doença celíaca.

A deficiência de vitamina D também pode tornar o indivíduo mais suscetível às desordens metabólicas, como diabetes, uma vez que a vitamina ajuda a controlar a glicemia.

Tratamento para a falta de vitamina D

A suplementação de vitamina D é uma estratégia, orientada pelo médico, para casos de carência do nutriente. Fonte da imagem: Freepik.

O tratamento para falta de vitamina D se dá, basicamente, com a reposição de vitamina D.

O ideal seria que o indivíduo com carência de vitamina D ficasse exposto ao sol de forma adequada para que o próprio organismo fizesse a síntese de vitamina D por meio da pele.

O recomendado é que, todos os dias, as pessoas fiquem ao menos 15 -30 min por dia expostas à luz solar, sem uso de protetor solar (apenas no rosto). Preferencialmente, o sol de antes das 10h e depois das 16h.

Contudo, como se sabe que a exposição solar não é viável para muitas pessoas, o tratamento é feito com base na alimentação e suplementação.

Alimentos ricos em gorduras são fonte de vitamina D. Fonte da imagem: Freepik.

Os alimentos ricos no nutriente são: ovos, salmão, sardinha, leite, queijos, cogumelos, frutos do mar, atum e bife de fígado.

Entretanto, as fontes da alimentação suprem apenas 20% das necessidades diárias. Por isso, faz-se necessário o uso de suplementos.

As doses recomendadas variam conforme a idade, gravidade da deficiência e necessidades de cada paciente.

De maneira geral, a dose mais recomendada é 200 U (5 µg) ao dia. Alguns estudos recomendam que uma dose maior, 400 U (10 µg) ou 600 U (15 µg) por dia seriam necessários para evitar a diminuição da massa óssea.

Talvez idosos necessitem de doses ainda maiores, como 800 a 1.000 UI/dia (116).

Além disso, alguns estudos mostram que a associação de suplementação de cálcio com suplemento de vitamina D pode ser ainda mais eficiente.

Isso porque a deficiência de cálcio pode inativar o metabolismo de vitamina D, da mesma maneira que uma dieta pobre em vitamina D diminui os níveis de cálcio, gerando problemas para a saúde dos ossos e músculos.

Antes de iniciar a suplementação com vitamina D, converse com o seu médico ou nutricionista para saber se é a melhor opção para o seu caso. Apesar de nada acontecer com a maioria das pessoas, altas doses de vitamina D podem ser tóxicas para o organismo e podem provocar problemas graves de saúde.